Saber mais sobre esta raça
Meigo e fiel, o cão da serra da estrela é um amigo do seu dono e um protector do seu território
O ESTALÃO DA RAÇA (Standard FCI Nº 173)
Std FCI Nº 173 Inglês: http://www.fci.be/Nomenclature/Standards/173g02-en.pdf
Std FCI Nº 173 Francês: http://www.fci.be/Nomenclature/Standards/173g02-fr.pdf
Std FCI Nº 173 Alemão: http://www.fci.be/Nomenclature/Standards/173g02-de.pdf
Std FCI Nº 173 Espanhol: http://www.fci.be/Nomenclature/Standards/173g02-es.pdf
Std FCI Nº 173 Português
ORIGEM: Portugal
DATA DE PUBLICAÇÃO DO ESTALÃO DE ORIGEM EM VIGOR: 04-11-2008
UTILIZAÇÃO: Cão de protecção de rebanhos, de guarda e companhia, utilizado também como animal de tracção.
CLASSIFICAÇÃO F.C.I.:
Grupo 2 Cães do tipo Pinscher e Schnauzer, Molossóides, cães de montanha e boieiros suíços.
Secção 2.2 Molossóides, tipo montanha.
Sem prova de trabalho.
BREVE RESUMO HISTÓRICO: Desde épocas remotas, este cão desenvolveu-se e fixou-se na região da Serra da Estrela, perdendo-se no tempo a sua verdadeira origem. Deve ser, no entanto, uma das raças caninas mais antigas da Península Ibérica. Encontra-se desde as imediações das faldas da Serra até às mais elevadas altitudes (2000 metros aproximadamente), sobretudo no Verão, quando, desaparecida a neve, as pastagens vicejam nas altas planuras, sendo procuradas pelos gados, visto, nas regiões do sopé, o calor excessivo ter dessecado toda a pastagem. Devido ao progressivo reconhecimento das suas aptidões, este cão tem sido difundido por todo o mundo, a partir da segunda metade do século XX.
ASPECTO GERAL: Cão grande, convexilíneo, molossóide, tipo mastim. Existe em duas variedades de pêlo: comprido e curto. Rústico e com muita substancia; os andamentos são vivos e tem uma atitude imponente. A raça é de aspecto atento, calmo e expressivo. É bem proporcionado, é bem construído com uma aparência harmoniosa, característica conseguida ao longo dos tempos.
PROPORÇÕES IMPORTANTES: Cão sublongilíneo (moderadamente longo), com tendência a mediolíneo. A altura do peito é inferior a metade da altura do garrote. O comprimento do chanfro e do crânio devem ser aproximadamente iguais, não o sendo, será o crânio ligeiramente mais comprido.
COMPORTAMENTO / CARÁCTER: Inseparável companheiro do pastor e guarda fiel do rebanho que, com valentia, defende contra os predadores e ladrões de gado.
Magnífico guarda de quintas e habitações, desconfiado perante os estranhos e tipicamente dócil com o seu dono.
CABEÇA: Forte, volumosa, comprida e ligeiramente convexa vista de perfil; bem ligada e proporcionada ao corpo bem como o crânio em relação à face; cada parte está em perfeita harmonia com as outras. A pele é lisa no crânio e na face.
REGIÃO CRANIANA:
Crânio: Bem desenvolvido, arredondado, apresenta eixos longitudinais superiores crânio-faciais ligeiramente divergentes, perfil convexo, arcadas supraciliares são pouco desenvolvidas com um sulco frontal pouco aparente; a protuberância occipital não é saliente.
Chanfradura Nasal (Stop): Depressão naso-frontal pouco pronunciada está a uma distância aproximadamente igual da extremidade da trufa e da protuberância occipital.
REGIÃO FACIAL:
Trufa: Direita e em linha com o chanfro, narinas bem abertas; largas, de cor preta.
Chanfro: Longo; estreitando-se para a extremidade, sem ser pontiagudo; tende para o rectilíneo na sua extensão, mas ligeiramente convexo na sua extremidade.
Lábios: Bem desenvolvidos sem serem espessos; bem sobrepostos, não caídos; a mucosa bucal, o céu-da-boca, bem como os bordos labiais são intensamente pigmentados de preto.
Mandíbulas/dentes: Boca bem rasgada com maxilas bem desenvolvidas; dentição completa com dentes fortes, brancos, bem implantados e adaptando-se bem, apresentando, preferencialmente, dentição do tipo tesoura, sendo tolerada também, a dentição em pinça.
Olhos: Horizontais, aflorados, de forma oval, de tamanho médio-pequeno, iguais e bem abertos, de expressão atenta e calma; de cor âmbar escuro, de preferência. As pálpebras fecham-se bem e bordos orlados a preto. As sobrancelhas são ligeiramente marcadas.
Orelhas: Inserção média; caídas, inclinadas para trás, caindo lateralmente, encostadas à cabeça, e deixando ver, na base, um pouco da face interna (repuxadas); delgadas, de forma triangular, arredondadas na ponta; pequenas em relação ao conjunto.
PESCOÇO: Curto; direito e grosso; bem saído e bem unido; embarbelado sem demasia.
TRONCO:
Linha superior: Recta, quase horizontal.
Dorso: Bem musculado de preferência curto.
Lombo: Curto; largo; bem musculado e unido com a garupa.
Garupa: Um pouco descaída; curta; larga e musculada. A altura da garupa deverá ser igual ou ligeiramente superior à altura ao garrote.
Peito: Largo; profundo; bem arqueado, sem ser cilíndrico, e bem descido, junto ou ligeiramente abaixo do codilho.
Linha inferior e ventre: A linha inferior deve elevar-se, de uma forma gradual, mas suave, do esterno às virilhas; abdómen pouco volumoso, proporcionado à corpulência do animal, ligando-se insensivelmente com as regiões confinantes.
CAUDA: Média inserção; inteira; comprida; grossa; porte abaixo da horizontal, em forma de cimitarra, formando gancho na ponta, caindo naturalmente entre as coxas,chegando a ponta pelo menos ao curvilhão, quando o animal está tranquilo; excitado e em movimento, a cauda ultrapassa a horizontal, encurvando-se para cima e para diante, para o lado e para baixo, sem ser transportada sobre a garupa. Deve ser bem guarnecida de pêlos, sendo franjada na variedade de pêlo comprido.
MEMBROS:
MEMBROS ANTERIORES: Bem aprumados, esqueleto bem constituído, com articulações grossas, ângulos de abertura regular, com grande facilidade de movimentos; ossatura forte.
Antebraços: Bem constituídos, compridos, com forte ossatura e aproximando-se da forma cilíndrica.
Mãos: Proporcionadas, bem constituídas, nem muito redondas, nem alongadas em excesso, intermédio dos pés de gato e de lebre, de forma a evitar o espalmado, providas de pêlos abundantes nos espaços interdigitais e entre os tubérculos plantares; dedos grossos; bem unidos; unhas escuras, preferencialmente pretas, bem saídas; palmas grossas e duras.
MEMBROS POSTERIORES: Bem aprumados, esqueleto bem constituído, com articulações grossas, ângulos de abertura regular, com grande facilidade de movimentos; ossatura forte.
Curvilhão: Um pouco descido, regularmente aberto e de boa direcção, seguindo-se-lhe uma canela vertical, quase cilíndrica.
Pés: Idênticos às mãos, os pés podem apresentar presunhos simples ou duplos.
ANDAMENTOS: Movimentos normais e fáceis.
PELAGEM:
Pêlo: Forte, muito abundante, ligeiramente grosseiro, sem demasiada aspereza, fazendo lembrar um pouco o pêlo de cabra.
O subpêlo é constituído por pêlos finos, curtos, abundantes e emaranhados, normalmente mais claros que a pelagem.
Variedade de pêlo comprido: Pêlo liso ou ligeiramente ondulado apresentando-se desigual em certas regiões. Nos membros, dos codilhos e curvilhões abaixo, é mais curto e denso, assim como na cabeça; nas orelhas, diminui de comprimento da base para a ponta, tornando-se fino e macio. É mais comprido na cauda, que é farta, grossa e franjada, em volta do pescoço e bordo inferior, e nas nádegas que são abundantemente franjadas, bem como na face posterior dos antebraços.
Variedade de pêlo curto: Pêlo liso, homogéneo em todo o corpo, sendoligeiramente mais curto na cabeça e membros, não podendo apresentar franjas.
Cores: São admitidas e consideradas típicas as seguintes cores:
Unicolores: amarelo, fulvo e cinza em todos os gradientes de intensidade de cor;
Lobeiros: lobeiro fulvo, lobeiro amarelo e lobeiro cinza, nas tonalidades claro, comum ou escuro;
Raiados: raiados fulvo, raiados amarelo e raiados cinza.
Na região crânio-facial é típica a máscara de cor negra.
As malhas brancas são admitidas apenas nas extremidades dos pés e mãos e em pequena extensão na face ventral do pescoço e peito.
ALTURA E PESO:
Altura ao garrote: Machos: 65-73 cm
Fêmeas: 62-69 cm
Peso: Machos: 45-60 kg
Fêmeas: 35-45 kg
DEFEITOS: Qualquer desvio em relação ao estalão deve ser considerado como falta e penalizado na exacta proporção da sua gravidade e das suas consequências na saúde e bem estar do cão.
Aparência: Mau aspeto geral, magreza ou obesidade.
Altura: Fora dos limites estabelecidos pelo estalão, mas dentro de uma tolerância de 2 centímetros no limite superior.
Cabeça: Estreita, comprida e afilada.
Olhos: Claros.
Orelhas: Má inserção, muito grandes, carnudas e redondas. Placadas.
Cauda: Transportada sobre o dorso. Ausência de gancho.
Pelagem: Ausência de máscara negra.
DEFEITOS GRAVES
Temperamento: Exemplares evidenciando desequilíbrio nervoso, com sinais de timidez.
Pelagem: Pêlo afastando-se do tipo natural.
Trufa: Ventas claras, em especial almaradas.
Orelhas: Amputadas.
Cauda: Amputada ou rudimentar.
Altura: Excessiva (gigantismo) ou diminuta (nanismo), isto é:
Machos: < 65 cm ou > 75 cm
Fêmeas: < 62 cm ou > 71 cm
DEFEITOS ELIMINATÓRIOS (DESQUALIFICAÇÕES):
Tipo: Atípico.
Temperamento: Agressividade. Timidez exacerbada.
Cabeça: Muito estreita, muito comprida e muito afilada completamente fora do tipo molossóide.
Maxilas: Prognatismo e endognatismo.
Olhos: Gázeos ou desiguais de tamanho.
Cauda: Anuros.
Pelagem: Albinismo. Cores diferentes das estabelecidas pelo estalão.
Pêlo: completamente afastado do tipo natural.
Testículos: Monorquídeo ou criptorquídeo.
Todo o cão que apresentar qualquer nível de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.
Nota: Os machos devem sempre apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos no escroto.
CÃO DA SERRA DA ESTRELA
Altas penedias, solo granítico, vegetação arbustiva, vida dura e difícil, foram os grandes moldadores da bela raça «Cão Serra da Estrela».
As terras que hoje formam o Parque Natural da Serra da Estrela foram o seu solar – foi aqui que ela se fixou e adaptou.
Animais de grande beleza, de avantajada corpulência e de nobres sentimentos, foram companheiros do homem desta região, através de milénios, no seu labor quotidiano.
Desde sempre, estes garbosos cães, as mais das vezes sustentados parcamente, tiveram a incumbência de zelar pela segurança de pastores e rebanhos, ante o ataque das feras que infestavam estas paragens.
Nas épocas de invernia, em que homens e rebanhos eram obrigados a abandonar a serra e a deslocar-se, nas suas rotas de transumância, em busca de pastos viçosos, percorrendo por vezes quilómetros infinitos, lá iam os fiéis cães a seu lado, cuidando para que nada de mal lhes acontecesse.
Assim foi durante séculos e séculos. Entretanto, a era da industrialização chegou e gerou grandes alterações comportamentais no Homem e também aqui se reflectiu.
Os rebanhos foram diminuindo, as feras desaparecendo e os cães desta raça, por falta de função, estariam condenados a perder a sua pureza.
Os mecanismos de selecção natural, que até aí tinham funcionado, deixaram de existir e não fora o trabalho aturado de preservação desta raça canina, por parte de alguns criadores esforçados e interessados, ela ter-se-ia diluído e desaparecido.
Felizmente que tal não aconteceu e hoje podemos continuar a ver lindos exemplares desta valiosa raça autóctone. A sua docilidade para com os donos e a sua agressividade controlada para com os estranhos são sobejamente conhecidas, assim como a estreita amizade que estabelecem com as crianças.
Da sua valentia, são testemunhas as lutas que eram capazes de travar com alcateias de lobos para salvar o seu rebanho. Elas foram tantas, através dos tempos, que, hoje, fazem parte da cultura tradicional portuguesa.
Qual de nós, portugueses, já as não ouviu contar? Existem dois tipos de pelagem no «Cão Serra da Estrela» - o pêlo curto e o pêlo comprido. Constituem duas variedades distintas que não se podem cruzar entre si, pois isso traria a degenerescência de ambas.
É uma raça de grande estatura em que os machos terão de ter 65 a 72 cm de altura e as fêmeas 62 a 68 cm. O seu peso é de 40 a 50 Kg para os cães e 30 a 40 kg para as cadelas.
São animais bem musculados e de elegante e sólido esqueleto, o que lhes confere andamentos fáceis e vivos. Quando pequeninos, os de pêlo comprido, parecem autênticas bolas peludas que não nos cansamos de acariciar. E que olhinhos eles nos fazem!
O «Cão Serra da Estrela» foi como que um elemento vivo adoçante da agreste e altiva paisagem rochosa da serra – era nele que o pastor confiava, era com ele que o pastor falava.
Também, nos nossos dias, longe do seu «habitat» original, pode ser um agente neutralizante da vida nervosa e agitada que se leva. Possuir-se um ou mais cães desta raça, calma e segura, e com eles conviver-se pode ser uma ajuda, e grande, para nos defendermos dos efeitos nefastos do «stress» contemporâneo, pela alegria e paz de espírito que eles nos trazem.
As suas cores são variadas permitindo, assim, agradar a quase todos os gostos. Eles podem ser amarelos, fulvos ou lobeiros, nas suas diversas tonalidades. Se estiver para adquirir um cão, não se esqueça desta raça.
O «Cão Serra da Estrela» é daqueles em que se pode ter confiança e que, além disso, é capaz de proporcionar momentos de prazer, a si e aos seus, protegendo-os simultaneamente.
Devido às suas características de cão de guarda, defesa e protecção o cão da serra da estrela foi adquirido, durante muitos anos, por pessoas que residiam em casas de campo ou quintas.
O cão da serra da estrela na fase de adulto são muito fortes e rápidos com uma capacidade de aclaração superior a muitas outras raças de cães de guarda.
O cão serra da estrela é muitas vezes mal compreendido e por vezes com um ensino errado produzindo efeitos negativos e comportamentos agressivos que são de todo evitáveis.
O cão serra da estrela, através do seu comportamento muito lusitano, não aceita ordens aos gritos, atitudes agressivas, métodos de treino violento que no futuro vão condicionar o comportamento do cão na obediência aos donos.
O cão serra da estrela é um verdadeiro lusitano que deve ser respeitado, cuidado e treinado para ser um cão melhor física e intelectualmente.
A Casa Nascente do Liz, ao introduzir a vertente treino na criação e selecção do cão serra da estrela pretende que o cão não fique tão "rural" desconfiado e isolado e pense que pode viver tanto em espaço rural como urbano cumprindo as melhores normas de civismo.
O cão serra da estrela é um cão poderoso, ágil, rápido e extremamente resistente ideal para viver no campo e na cidade partilhando com os seus donos momentos únicos de cumplicidade.
A Casa Nascente do Liz em pareceria com a Canisport desenvolveu um curso de treino do cão serra da estrela de obediência prática com reforço positivo para o seu bem-estar.
SAÚDE & BEM-ESTAR
O cão serra da estrela é um cão robusto resultante da selecção por parte dos pastores ao longo dos tempos. Contudo, como qualquer raça canina, tem alguma predisposição para certos problemas comuns em cães de grande porte.
- DISPLASIA DA ANCA
Caracteriza-se por uma má inserção da cabeça do fémur no acetábulo (anca), que tende a originar a deformação óssea.
- DISPLASIA DO COTOVELO
Consiste num conjunto de patologias ligadas à articulação do cotovelo, que tendem a desenvolver osteoartrite e a causar dor e claudicação.
- CARDIOMIOPATIA DILATADA
Caracteriza-se pela dilatação cardíaca com diminuição da espessura do miocárdio (o músculo cardíaco), que se torna muito fino e perde a sua contractilidade e a capacidade de bombear o sangue.
- TORÇÃO GÁSTRICA
Normalmente, resulta de um conjunto de factores de origem genética (tais como peito profundo, lassidão dos músculos que sustentam o estômago, temperamento excitável, sofreguidão), combinados com uma dieta excessivamente rica em hidratos de carbono e uma articulação errada e desregrada entre os horários das refeições e a prática de exercício físico.
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO DO SEU CÃO
A alimentação de um cão serra da estrela deve obedecer a horários para refeições que melhor se adequa à sua rotina de vida.
É muito importante ter sempre água limpa à disposição do seu cão.
A grande vantagem das rações comparativamente com a comida caseira é a certeza de, ao escolher uma marca de boa qualidade, estar a fornecer ao seu cão todos os elementos essenciais à manutenção de uma boa qualidade de vida e do bem estar do animal.
A dosagem de ração e o número de vezes por dia que alimenta o seu cão variam com a idade e o peso. Deve, junto do seu veterinário, definir o plano de alimentação mais adequado para o seu cão.